Arina
Bethelgar e um grupo de sistemas planetários na extremidade da cauda menor da galáxia de Sallust. Lá existe um pequeno mundo chamado Arina que orbita a estrela Kuip 4. É um lugar primitivo e selvagem, visitado por alguns povos que de lá extraem o minério chamado Artmio, que processado é matéria básica para a propulsão das naves. Neste mundo vive um povo chamado de Guilorks, são primitivos, mas em perfeita simbiose com a natureza do planeta.
A geografia e topografia do planeta é diversificada. Rico em formas de vida animal e vegetal, vivem em regiões pantanosas, campos, florestas, savanas e mares. Ao norte estão as montanhas de Heizar cobertas de gelo, o ambiente é hostil e muito pouco explorado até pelos primitivos. Ao sul as elevadas montanhas de Gmoi, consideradas sagradas e terra dos espíritos primitivos, chamados de Haiz, é uma região proibida para os Guilorks, que raramente vão até lá.
A savana de Tartsu- A lenda de An Mis
As regiões pantanosas
Os Rochedos Draurok- A Lenda de An Mis
A oeste esta a “terra das pedras”, conhecida também como a terra de Brull. É um lugar inóspito, dizem ser a morada dos devoradores chamados de Woogs, que por falta de comida devoram qualquer criatura a cruzar a região. É também considerada a terra dos desonrados, aqueles que não seguiram os ensinamentos e o modo de vida dos Guilorks. Em algum momento de sua vida, são para lá enviados e abandonados, são então chamados de “exilados de Brul”, muitos dos Guiloks acreditam serem eles os Woogs.
As estações em Arina são amenas, ocorre um período de chuvas quando os rios sobem, inundam planícies pantanosas, tornando as viagens difíceis de realizar. Depois vem o período do frio, é quando dizem que o deus Heizar sopra do norte para o sul e as regiões ao norte ficam brancas. Em seguida ocorrem as cheias do norte é o período do “novo sol”, devido ao degelo do período branco. Por fim a “estação das estrelas”, quando o clima é brando, as pequenas criaturas saem das tocas, as florestas ficam mais vivas, as noites são límpidas, cheias de estrelas, é o período preferido dos Guiloks.
“O novo sol” é o período no qual o segundo sol que orbita Kuip 4, chamado de Deo pelos Guilorks , que quer dizer filho, está mais próximo da mãe, é quando ocorre o degelo e as cheias no norte é a época dos dias e das noites quentes. Na realidade ocorre que a pequena estrela anã, que orbita a estrela mãe Kuip, forma um sistema solar duplo, a estrela Anã descreve sua órbita em um período de aproximadamente 412 dias de Gnar. Esta estrela tem forte influência sobre o clima em Arina, estabelecendo o período de degelo e depois um breve período de seca em regiões não afetadas pelo degelo do norte.
As criaturas que habitam Arina, são muitas, os Antep já domesticados pelos Guilorks, usados para mover cargas, os enormes Beranas que vivem nas savanas, Dóias, Knaras, Kilpars, Taulats, Zizuis que são enxames de insetos, os voadores como o Qev marron, o Qev malhado e o rápido Ziz que voa entre as árvores. Há uma infinidade de outras criaturas, todas muito bem adaptadas e cumprindo seu papel na natureza.
As árvores são criaturas adoradas pelos Guiloks, a Oonala é considerada sagrada é a mãe das arvores. As Onac dos pântanos com suas enormes raízes, de onde são extraído diferentes líquidos com os quais as Naagi fazem os remédios de suas curas. As Chor das savanas, cheias de espinhos do tamanho de um palmo e meio. Os Guilorks usam as arvores como recurso de construção, mas somente as que os Gnois indicam que podem ser derrubadas e não antes de prestar homenagem a arvore e a deusa Touj. É percebida a profunda relação dos Guiloks com a natureza de Arina.
Habitam a muito tempo um povoado chamado Gnar, que está localizado em uma região de clima agradável e de terra fértil. O Local foi indicado a Pnat por Azaa a deusa da terra após a luta contra Véit. Os perigos são muitos, estão em toda parte na forma de predadores diversos, onde a lei da sobrevivência é simples... matar ou morrer.
Gnar é um lugar seguro, é protegida contra os ataques de predadores por meio das paliçadas,valas de fogo, plataformas e torres com as partiras, espécie de catapultas que atiram pedras de fogo, isto mantém a grande maioria dos predadores bem distantes.
Os Guilorks são criaturas pacíficas, integradas com perfeição ao seu mundo, grandes conhecedores das suas terras e do uso de seus recursos. O extrativismo que praticam, segue o ritmo de seu mundo e de suas necessidades, não matam para comer, apenas plantam e colhem frutos, afinal os animais foram feitos de seu sangue, são respeitados como seus irmãos.
Seu sistema de governo é o Noguman, um conselho formado pelos mais antigos habitantes de Gnar, chamados “Nogul”, antigos. Mas todos na idade adulta podem participar dos conselhos, há tempo para escutar as opiniões, quando o assunto é de interesse coletivo.
Todos Guilorks seguem as leis e decisões do Noguman. São leis simples, ditadas a todo povo, mas ainda assim tudo é resolvido por meio de conversação. O profundo censo do coletivo, é o centro de sua cultura e educação, por isso o exílio para a terra das pedras é temido apesar de raras vezes aplicado. Poucos Guiloks já presenciaram um exílio sendo aplicado.
O conhecimento dos Guilorks é antigo, acumulado das experiências de vida dos ancestrais, passado de geração em geração por tradição oral. Quem preserva as tradições, ritos, histórias são as “Gaanis”, filhas de Azaa, conhecedoras das “plantas de curar”, conhecem o processo de extração, preparo e aplicações. Os jovens Guilorks a cada ano de sua vida, recebem novos ensinamentos, passados pelas Gaanis. O “Ensinamento” começa desde muito cedo na vida de um Guilork e segue até atingir os 14 anos de sua vida. Devem então decidir para que atividade gostariam de viver, conta muito a qual se mostraram mais aptos. Com a definição da atividade, aprenderão tudo a este respeito, serão responsáveis pelas tarefas a eles destinados, sabendo que os outros dependem deles, por isso devem fazer o seu melhor.
O povo trabalha pelo todo, todos cuidam de todos e a prosperidade é coletiva. Tem seus direitos, deveres e atividades desde os mais jovens até os idosos que por vezes ensinam com suas histórias de vida, estes são muito respeitados e atentamente escutados nas contações de fogo e estrelas.
O grupo mais numeroso é o dos “Agui”, são os Guilorks que seguem o modo de vida simples, partilham a força de trabalho, abrigo e comida, são a base da sociedade. Sua luta é o zelo pelo cumprimento das leis e costumes entre o povo. São eles que fazem valer punições e somente por meio deles um Guilork poderá ser exilado, assim como são decisivos nas grandes decisões. Preparar a terra para e as colheitas, é dever de todos, apesar da grande maioria ser de Aguis.
Buscar recursos extraídos da natureza de lugares distantes, é o trabalho dos “Garrai”, jovens guerreiros que acompanham os mercadores “Gnoi”, estes são conhecedores das técnicas de extração, fabricação e manipulação dos recursos.
Outra atividade é a dos “Norot”, os construtores de moradias, depósitos, paliçadas.
Os “Ofai” são os artesãos, fabricam desde armas a ferramentas, utensílios de todo tipo que o povo possa precisar, ensinam seus ofícios a quem desejar e sempre um Ofai acaba inventando algum novo objeto.
Os “Anaran” são os exploradores, os que partem em busca de recursos, ficam longos períodos de tempos fora do povoado. Sua sabedoria é ampla, pois forram primeiro Garrais e depois Gnois por longos anos de sua vida.
Quando estão no povoado podem descansar por dias, para recuperar suas forças, pois os perigos e as condições de suas viagens são desgastantes. Mas mesmo eles após alguns dias de descanso devem trabalha em uma atividade necessária para o povoado, até que partam em outra expedição, estabelecida pelos Nogul.
Somente Garrais e Gnois podem ser Anarans, devido ao seu conhecimento das diferentes regiões e perigos escondidos em cada lugar. Muitos Anaram não voltam para contar e nunca mais são encontrados, é a atividade de maior risco e prestígio.
Os jovens quando passam pelo treinamento de Garrai, são ávidos por esta atividade, muitos querem se tornar um Anaram. Pesa na escolha o gosto pela aventura e também atrair a atenção das fêmeas Guilorks. Trata-se de prestígio que é admitido e tolerado, desde que nunca esboçado com muita pompa por um Guilork, a humildade é por demais desejada e praticada por este povo.
Um Garrai somente pode acompanhar um Anaram, depois de muitos anos de sua vida acompanhando os Gnoi em suas expedições de recursos, passa a aprender com os Anaram mais velhos, ele será chamado de “ Taanaran”, o Ta - anaran refere-se a novo Anaram. Somente poderá será aceito se um grupo destes concordar que está pronto.
Os Guilorks macho e fêmea se unem após passar para a vida adulta, escolhem um ao outro e todos respeitam estas escolhas. Ocorre que tenha mais de um envolvido antes da união, mas depois da escolha, cada um deve seguir seu caminho, sob risco de ser exilado para a terra das pedras. Da união surgem os filhos e a geração é renovada.
Os Deuses
Os deuses são muitos, são cultuados deuses da natureza e das estrelas. Tem ritos para cada período do ano de Gnap, pedem proteção, fartura e prosperidade.
Suri é seu deus principal, é o pai criador, aquele que fez Sur e Dari os primeiros Guilorks.
Tegno é o deus do submundo, para onde vão so Guilorks exilados após morrerem, sofrem as danações que Tegno lhes inflige para todo sempre.
Heizar o deus do vento, aquele que muda o tempo é associado a Dea e marca o novo ano de Gnar.
Darim é o deus dos animais, personifica a liberdade e a força, cultuado pelos Garrai e Gnois, pedem a Darim sua proteção em suas expedições.
Touj é a deusa das plantas, ao cortar uma arvore é para esta deusa que pedem permissão. As Naagis também pedem a sabedoria para suas curas ao usar as plantas que a deusa fornece.
Azaa a deusa da terra, uma das mais cultuadas por Gnois, Naagis e as fêmeas para pedir fertilidade. Foi com partes da Azaa, o barro e pedras que Suri fez os primeiros Guilorks.
Este é o mundo de Arina, um lugar belo e perigoso, onde um povo primitivo encontrou o caminho da harmonia e paz, integrado ao seu meio. É inspiração para os Deuses nas Estrelas que os observam e pouco interferem, mas secretamente os invejam pelo seu simples e feliz modo de vida.
Os Guilorks que a tudo observam, sempre olharam para o céu nas noites estreladas, chamam estas noites de “céu de estrelas”. Para eles os deuses vivem lá. Vez e outra, descem do céu e vem ao seu mundo para ensinar o povo ou lutar entre si como na lenda de Pnat.
Faz certo tempo que os Guilorks, perceberam que havia estrelas descendo a até seu mundo. Para eles estes fenômenos querem dizer que os deuses estavam chegando, não sabem porém quão breve estes mundos se encontrarão novamente, as gerações futuras saberão destas histórias narradas nas contações de “ historia do céu de estrelas “.
A criatura da Batalha da Grande Oonala
Observação Anotações feitas pelo ofir Tru Bantap, “observador de povos”da nave “Lenara” em visita ao sitema estelar duplo de Arina. O objetivo é o acompanhamento da evolução do povo Guilork desde a visita da nave Surine a muitos anos luz antes desta data. Este período de tempo equivale em Arina a 4.325 anos.
Autor: Hermes Herbert Müller,