domingo, 5 de junho de 2016

Era uma vez um problema.

Lá pelo final dos anos 70, junto com um amigo, o assunto 2°GM era bem frequente, filmes, livros.  O jogo War era a palavra de ordem, tenho até hoje o exemplar bem cuidado daquele tempo. Mas convenhamos, por já ler algo sobre a guerra, ver imagens, assistir a filmes, War não tinha praticamente nada a ver com aquilo. A questão era como colocar isso, a guerra em uma mesa de jogo.

Lembro que quadriculamos uma cartolina, fizemos algumas peças representando carros de combate e sem conhecer mesmo os HC, ensaiamos alguns movimentos. Pouco tempo depois, ganhei no natal um jogo da Grow, chamado MX 1, até então único jogo de guerra tipo HC lançado no Brasil.

O jogo foi uma revolução, FM, FC, meteorologia, aquilo desbancava o War  do trono com toda a maestria. Baita inspiração, embora já ensaiado os primeiros passos pensando em movimento e alcance das armas, antes dele. O meu amigo mudou para Florianópolis e literalmente perdemos contado, não existia internet, rs!

As ideias viraram um hobby, passei a ler mais sobre a guerra, táticas, batalhas, campanhas, armas, tinha que entender tudo sobre o assunto, para poder transportar, transformar em peças e tabuleiros.

O próximo entrave na realidade, aconteceu a partiu da evolução do tabuleiro, aquela cartolina quadriculada foi pintada, uma cidade surgiu, estradas, matas, rios. O jogo ficou mais palpável, ficou agradável e eu podia fazer o que bem dava na cabeça com cenários, mas esse treco estava ficando muito grande, para cada cartolina, mais espaço era necessário.
Este era o problema, na realidade "era uma vez um problema", mas a questão até então  era como resolver, como compactar sem diminuir. E tinha mais, convenhamos War é o que se chama de jogo estratégico, tomadas de decisão embora simples, não tático, alias a tática era empilhar peças para o ataque, nada de operacionalidade, nada de tipos diferentes de unidades.

Essa jacatraca perturbava meu sono, rs!!.....depois comecei por recortar a cartolina em quadrados, dai projetar tabuleiros simétricos, de modo que estradas, combinavam com outros tabuleiros e estradas, a ideia era torna-las continuas, o mesmo com rios, ferrovias. No fundo o que eu queria era criar um cenário tão vasto, que poderia mesclar tanto aspectos estratégicos como táticos.

Assim nasceu a modularidade para este jogo, não digo que inventei a modularidade, nem sei dizer quem inventou ( essa é para o estúpido que venha a ler isso, antes de falar qualquer merda).  Os tabuleiros como eram quadrados, podiam então ser representados como um quadrado no mapa, uma nova escala e assim surgiram os mapas, assim podia criar vastos cenários, com imensos exércitos e começar a jogar hoje, três horas por dia e ficar jogando por dez anos sem parar, cara que doideira.... loucura.

De fato podia, mas esse é outro problema e história. Mas agora ilhas do pacífico, os desertos no norte da África, as estepes russas ou o front europeu, as batalhas na Itália, tudo podia virar jogo e ser ao mesmo tempo, tático onde as tropas eram usadas em batalhas por entre florestas, estradas, vilas, cidades, fábricas, mas também ser estratégico, quando o jogador passa a entender, o porque suas unidades estavam envolvidas numa batalha por uma ponte.

Um não existe sem o outro, mas a maioria dos jogos ou é estratégico ou é tático, eu havia chegado a um conceito mais amplo e diferente, mais envolvente. Bom resultou dessa paranoia, milhares de tabuleiros modulares. O conceito testei em diferentes tamanhos, com diferentes portes de unidades, digo pelotão, companhia, batalhão, regimento ou brigada e divisões,  aceita tudo, funciona com tudo.

Então para deixar um registro dessa gama enorme de tabuleiros modulares, segue ai algumas imagens, note que tudo foi feito a mão e também colorido manualmente.

Tabuleiro de uma cidade pequena.

Montanhas, refinarias,, regiões agrícolas.





São mais de 700 peças, 
cada lado com um tabuleiro.

As ideias sobre a modularidade evoluíram, estudo outros aspectos de aplicação, mas o ponta pé foi esse ai. espero que goste, espero que inspire. Isso é a origem do meu sistema de jogo STB.

Abraço!



4 comentários:

  1. Eu acho muito legal esta ideia de tática/estratégia, pena que estes conceitos sejam as vezes distorcidos em um só...
    Eu fiz um jogo com cenário viking, onde as batalhas aconteciam em mapas quadriculados, e a guerra se passaria na Noruega(tudo em cartoon).

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    1. Fala Marcelo, é verdade é bem frequente haver essa confusão de conceitos, mas o negócio e informar. Abs!

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  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    1. Chico Adler, primeiro me desculpe, fiz uma besteira aqui é apaguei seu comentário, foi acidental. Que bem lembre vc comentou sobre " minha longa jornada envolvido com jogos de guerra". Bom obrigado, gosto dessa coisa da militaria, jogos de guerra, história faz tempo como pode ver, a criação deste jogo tem um valor maior, por todos os detalhes que foi criar ele, desde chegar a ideia da modularidade, até os dias de hoje. Novamente, mil perdões por minha falha.

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