domingo, 25 de outubro de 2015

Puerto Rico para quem não conhece.

Passados treze anos, para mim Puerto Rico continua o mesmo jogão, um dos meus favoritos sempre, e o porque disso?..diria pela simplicidade, combinação de elementos e contextualização, ele ainda esta acima da média. A ideia de seu funcionamento é realmente muito simples, o jogador escolhe o que quer fazer, entre as opções disponíveis, todas ativadas por personagens que historicamente, fizeram parte do período colonial na América.
Ao escolher e executar a ação, o jogador  recebe um bônus,  já todos os demais jogadores, executam a mesma ação, mas sem receber esse bônus. Em síntese não é mais nada do que isso, a cada rodada uma gama de ações são realizadas, enquanto outras não e isto fará parte da estratégia durante a partida.

Cubos de madeira que representam os bens produzidos.

Mas o que cada personagem histórico pode fazer?.... a começar pelo prefeito,  conseguir  os trabalhadores que são necessários para trabalhar nas plantações e benfeitorias,  dai é o produtor que ativa a ação de produzir nas plantações e benfeitorias e uma vez com produtos na mão, o capitão é usado para exportar a produção. Note que o personagem é vinculado a uma atividade, e são inter-relacionados, de modo que um depende do outro (um processo ordenado),  para conseguir chegar a um fim. Continuando, o colono pode abrir novas plantações, o construtor pode erguer novas benfeitorias e prédios, enquanto o mercador compra os produtos, dai  para obter algum dinheiro. Não vamos esquecer do  minerador, é o único que nada produz, mas sempre é possível obter algum dinheiro de sua atividade, então não o despreze. Uma dica, dinheiro é coisa difícil de conseguir no Puerto Rico, então atento a esse detalhe, note que esta dificuldade  é típica da época representada no jogo. O cartão do governador apenas sinaliza o jogador inicial da rodada, o primeiro a escolher um personagem para executar a ação.

Geral dos componentes, cartões dos personagens ( topo),  
barcos, mercado, plantações da reserva geral.

Bom o jogador ao começar, tem um tabuleiro que lhe permite posicionar plantações, ou prédios de benfeitorias no que é a cidade de San Juan. Cada espaço é ocupado por uma peça, e esta para ser considerada ativa ( dai capaz de produzir), deve estar ocupada por um trabalhador ou mais, afinal as peças com mais espaços, podem produzir tantos produtos quantos  espaços existirem, mas só produzem igual ao total de trabalhadores disponíveis sobre a peça. Dai temos maiores e menores propriedades, algo que cabe bem ao cotexto, não acham?

Tabuleiro do jogador com plantações e benfeitorias, é importante 
alinhar a produção, ou seja, se na agricultura você produz tabaco, 
tenha processadores de tabaco como benfeitorias, isto é 
básico para o jogador ( veja na imagem abaixo).




Somando tudo,  temos personagens de uma época, terra, propriedades agrícolas e urbanas. Estas últimas vão incrementar o jogo de modo a evidenciar o desenvolvimento da colônia, quando novas atividades são acrescentadas ao tabuleiro do jogador, ao custo de dinheiro. Estas peças são compradas do tabuleiro central para este fim,  mas são no entanto limitadas, o que e vai gerar assimetrias entre os jogadores, o que é ótimo. Ao pagar por elas com dinheiro, a peça confere pontos de vitória para o jogador, seus esforços são re-compensados, afinal  reflete o aspecto de desenvolvimento da colônia.

As benfeitorias, na banca central, a quantidade é limitada, dai que 
ao desenvolver seu tabuleiro, ocorre a assimetria, 
cada jogador com diferentes capacidades.


A ideia é conseguir mais pontos de vitória para ganhar a partida, e estes são obtidos com a atividade do Capitão, ao exportar produtos pelos navios.  Ou seja uma cadeia produtiva deve ser montada pelo jogador, onde o produto final é exportado, e conforme as benfeitorias em sua colônia, poderá gerar mais produtividade, dinheiro ou pontos de vitória.

Os barcos, recebem produtos alternadamente durante a fase 
do capitão, mas cada barco recebe apenas um tipo de mercadoria.


Essa é a essência do Puerto Rico, ele contextualiza muito bem uma época, ele envolve o jogador, o fator sorte é praticamente inexistente, para muitos motivo de critica, mas que não tira os méritos do jogo em momento algum, pois vai exigir do jogador, jogar bem para almejar vencer a partida...fica no final aquele gostinho de "quero mais".

Não tenha duvidas "é um baita jogo", Andreas Seyfarth foi muito feliz  no desenvolvimento, que a mais de uma década figura entre os melhores jogos já criados. Comporta de 2 a 5 jogadores, a partir dos 12 anos e em média o tempo de duração da partida vai de 90 a 150 minutos. Não é um jogo dos mais fáceis, mas também não é um bicho de sete cabeças, as pessoas sentem um pouco de dificuldade em se adaptar a mecânica de escolha das ações, de quem recebe ou não bônus, mas nada que umas quatro ou cinco rodadas da partida não coloquem nos eixos.

Puerto Rico por anos se manteve como o Top Um do site do BGG, a maior comunidade mundial as voltas com jogos de tabuleiros. No Brasil, o jogo pode ser adquerido na loja virtual da Grow, e figura facilmente como o melhor de sua coleção, fica a dica e a opção, na certa sempre agrada ao jogador que curte os eurogames.


Abraço!

As imagens do jogo são da versão da Grow.

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