domingo, 4 de outubro de 2015

Android Netrunner - The Card Game --- Primeira opinião.

Olá.

Tem um bom tempo que o Hermes me adicionou como colaborador do Mundo do Tabuleiro. No entanto por motivos dos mais diversos só agora me coloquei a de fato colaborar. Sendo assim, esta é a minha primeira participação aqui como produtor de conteúdo e eu espero que seja do agrado, embora minhas opiniões nem de perto visem agradar (ou desagradar) o leitor mas sim mostrar meu ponto de vista. Claro, contra-argumentos são e sempre serão lidos...

Pois bem, nesta última sexta-feira (02/10/2015) estivemos reunidos mais uma vez no Covil do Clube Péricles para continuarmos a elaboração do nosso plano de dominar o mundo jogarmos e bater papo. Joguei duas partidas do abstrato Tsuro (ou Ti-furo no nosso caso) e uma partida, de estréia da minha parte, do famoso LCG Android Netrunner contra o témivel programador Coveiro (dono do jogo). Meu celular estava baleado e não tirei fotos da partida em si. Vou colocar algumas imagens do BGG e, claro, fazer a devida referência ao autor.


Imagem da frontal da caixa - Fonte BGG - Autor W Eric Martin


1) A minha opinião geral já de cara!

Eu gostei bastante do jogo! Achei ele imersivo e bem adequado ao tema. O universo distópico é bacaníssimo (mas reconheço que tenho muito a aprender sobre) e a relação tempo-mecânica me pareceu adequada.

Agora, vamos a alguns detalhes mais específicos.

2) Overview do Jogo.

Trata-se de um LCG Construtor de baralhos (Deck Building) ambientado numa realidade alternativa e "perversa" (como se a nossa não fosse, kkk) no futuro. Um dos jogadores assume o papel de uma grande corporação e o outro o papel de um Hacker com intuito de combatê-la ou fraudá-la, seja o que for. O jogo simula o Hacker no seu computador pessoal e a empresa e seus servidores.
O Hacker instala Hardwares e programas agressivos diversos (seja para roubar dinheiro de incautos ou destruir/penetrar "firewalls" dos servidores da Corporação) enquanto que a Corp. instala os famosos firewalls (Ices no jogo) e trabalha para por sua Agenda em prática.
São as agendas que dão os pontos ao jogadores: Aos Hackers quando as rouba (frustrando os planos da Corp.) e à Corp. quando consegue pô-las em prática. Quem obter 7 pontos de agenda por primeiro ganha a partida. É legal cara!
Estrutura geral de uma partida - Fonte BGG - Autor Stevepop

3) O que é muito legal?

O tema é muito bom e bem ajustado à mecânica. Um pouco de imaginação e você facilmente se vê tentando Hackear um sistema de uma grande empresa ou tentando protegê-lo.

Uma das cartas de programa da minha Hacker na partida - Fonte BGG - Autor byronczimmer

4) O que não é tão legal assim?

Com os baralhos básicos (de Hacker e de Corp) claramente o jogo tem data para virar enfeite de estante pois após ocorrer um estabelecimento das estruturas de ataque e defesa o jogo torna-se basicamente uma corrida entre o Hacker correndo para obter muito crédito (dinheiro) e assim garantir penetração nos Ices e a Corp tentando dar mais força para suas barreiras e a coisa tenderá a ficar monótona com o tempo.
SENDO ASSIM (e espertamente) os produtores "forçam" a compra de expansões (tem muitas!!!!) bem como tende a ocorrer o famoso efeito Magic The Gathering: Bombar o seu Deck (Daí a nocividade do Deck Building na minha opinião).

5) E a relação Mecânica-Tempo?

O meu principal critério para determinar se um jogo me agrada é a relação mecânica-tempo, ou seja, se os mecanismos de jogo propostos suportam aquele tempo de jogo. Por exemplo, eu acho que a simples mecânica de compra de cartas do Splendor somada à sua baixa variação dentro do tema é muito boa para partidas de, no máximo, 20 minutos. Mais do que isso e o jogo fica chato e a diversão (principal motivo para alguém jogar um jogo, não?) vai pra Dilma, ou seja, perdeu!
O Android Netrunner, ao menos com os decks padrões fica no limiar deste critério e, digamos, passa por média, ou seja, a mecânica suporta, no máximo 45 minutos (que foi o tempo de minha partida) e no final você já tá meio que sentindo a vontade de tocar o dane-se e perde um pouco da imersão pelo cansaço da repetição.

Ice (Firewall) com suas subrotinas de defesa. Fonte BGG . Autor godunov


6) E o fator humano?

Ou seja, o jogo é propício ao jogador patológico, cujo maior desejo é vencer independente da diversão alheia? Mais ou menos. Durante a partida há poucas opções pois ou executa-se o que  tem na mesa ou baixa as cartas da mão (mas dá pra surtar nas estratégias dependendo do nível da vontade de vencer). No entanto este tipo de jogador irá passar horas anteriores ao jogo montando seu deck e se você não for como ele provavelmente sairá derrotado em grau dois, isto é: perde o jogo e com a sensação de nunca ter jogado, apenas feito presença.
Por outro lado, com um oponente adequado o jogo flui bem e é MUITO agradável de se jogar. Este foi o meu caso nesta partida com o Coveiro, um oponente com o qual eu gosto muito de jogar pois equilibra bem a vontade de ganhar (e ser competitivo oferecendo algum desafio) com a preocupação da boa fluidez da partida para todos.

O fator humano é quase tão importante quanto o citado no item 5) e está de algum modo ligado a ele. Minha última partida de Condottiere por exemplo levou 1 hora e meia e gastou meu tesão no jogo por um bom tempo embora eu o considere um bom jogo.

7) Comprar?

Eu creio que sim, mas avalie seu grupo de jogo antes senão aumenta o risco de pagar caro em papel de novo porque eu sei que você também já fez isso antes!

É isto, minha opinião após UMA partida. Um abraço.


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