terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ludo Brasil Magazine... já tem 1 ano,... então entrevistei o Julio Trois


Nova logo da revista.



Primeiro gostaria de dar os parabéns a você e todos que ajudam a produzir a revista. É  o primeiro ano de muitos que virão, assim esperamos. Agradeço também a oportunidade de uma entrevista para o meu blog “ Mundo do Tabuleiro”, afinal esta iniciativa de criar uma revista eletrônica, já bem conhecida pelos amantes de jogos de tabuleiros, coloca você num papel de destaque no cenário nacional...ai pergunto!!

1-       Lembro das discussões em torno da criação de uma nova revista eletrônica, em um fórum da Ilha do Tabuleiro. Em que momento você tomou a decisão de levar a empreitada adiante?

Eu que agradeço as palavras amigas, é um prazer estar aqui no Mundo do Tabuleiro! Eu estava off do mundo dos games há uns 2 anos, por motivos particulares, quando retornei, o primeiro lugar que fui foi na Ilha, sempre tive bons amigos lá, então comecei a ler alguns tópicos antigos e, me deparei com uma discussão “sepultada” há mais de 1 ano sobre o tema, vi muitas mensagens a favor e outras contra, fiz um comentário... o retorno foi morno... então fui tomado por uma vontade intensa de fazer acontecer, do nada resolvi fazer um teste, uma edição piloto... foi assim que a idéia da Ludo surgiu. Claro que depois desta ação, muiiiittta coisa aconteceu até o lançamento.

2-      Como foi esse início, voluntários, a quem recorreu? Pois fazer tudo sozinho é inviável.

Eu não tinha experiência alguma sobre revistas, tinha experiência como escritor, além de blogueiro, mas lançar uma revista é extremamente complexo e diferente, conciliar o trabalho, não remunerado de diversos voluntários é muito difícil... hoje, olhando para traz, me surpreendo como consegui, era tudo uma grande novidade. De cara comecei a contactar amigos blogueiros, que já escreviam sobre jogos, fui convidando o pessoal, alguns aceitaram, outros não podiam, outros ignoraram... pesquisei muito, olhei muitas revistas para descobrir como deveria ser um visual de revista, mas o problema era que eu não sabia nada de diagramação, tive que aprender na marra... tive também uma conversa bem legal com o Antônio Marcelo, fundador da Revista Strategos, ele procurou me alertar sobre algumas coisas que foram importantíssimas.

3-      Comparado com outras revistas do gênero, o que motivou  publicar a Ludo de forma mensal?... afinal requer busca por conteúdo de forma constante, imagino que seja muito difícil este captação, ou é fácil?como é??

Pois é, realmente é bem complexo manter uma revista mensal, mas eu acredito que esperar 2 meses para publicar uma edição acaba “esfriando” o conteúdo, hoje há muitos blogs com matérias publicadas com rapidez, acredito que para sobreviver neste mercado a periodicidade mensal é fundamental. Muita gente disse que eu era louco, outros deixaram de ajudar a revista por achar que eu deveria fazer bi ou trimestral, mas acredito no hábito das pessoas esperarem a edição da Ludo todo o início de mês, acho que hoje, passados 1 ano, já criamos este hábito! Não é fácil, eu dedico uma parte de todos os dias do mês para a revista, estou sempre pesquisando, mas graças a ajuda de meus colunistas, conseguimos matérias super legais, eles são a alma da revista, agradeço muito a dedicação de todos!

4-      A aceitação da revista é ótima, sei disso pelos comentário. Mas tem muita gente que procura a revista para participar de forma voluntária? Como é esta situação? O que é oferecido?

No início eu tinha muita empolgação e pouco planejamento, a gente aprende... eu cheguei a publicar uma edição com 70 páginas, eram 4 entrevistas por edição, muitos reviews, artigos... eu ficava quase louco editando e diagramando tudo... mas na 6ª edição vi que desta maneira a revista acabaria, eu não teria como manter tudo... fiz uma grande reformulação, foquei nos reviews, coloquei 1 entrevista por edição, reduzimos para edições com 40 páginas em média, assim conseguimos focar na qualidade, não na quantidade. No início recebia contatos de colunistas quase que diariamente se oferecendo para escrever, mas eu tinha que filtrar, não é tão fácil escrever um texto para uma revista, há padrões, linguagens... hoje tenho um pequeno time de colunistas, alguns remanescentes do nosso início, outros que convidei para escrever, pois as vezes alguns colunistas precisam se ausentar, por motivos profissionais, mas obviamente que sempre estou de portas abertas para um novo colaborador, talento a gente não desperdiça! Todos colaboram de forma voluntária, por amor ao hobby, por querer fomentar o mercado, ou para divulgar seu trabalho, o que oferecemos é esta oportunidade, sempre divulgamos os sites pessoais de nossos colunistas.

5-      E os grandes fabricantes de jogos no Brasil, acompanham as publicações? Existe alguma perspectiva de apoio por parte deles? Tens contato com eles?

Esta é uma das maiores conquistas do nosso trabalho, hoje consigo vislumbrar que somos respeitados no mercado, tenho contato com muitos executivos destas empresas, acabo sabendo de muitas coisas em 1ª mão, mas sempre respeito estas pessoas, se me falam em off, em off fica, se sou autorizado a divulgar, o faço com prazer. Algumas empresas tenho contato direto, outras, preciso passar por interlocutores, mas isto é normal, faz parte.

Não há perspectiva alguma de apoio, patrocínio ou até conquistar estas empresas como anunciantes, infelizmente esta é a dura realidade, as verbas de marketing destas empresas é destinada ao ponto de venda, e a campanhas de TV, nós não estamos em sua grade de investimentos, mas quem sabe no futuro! Mas certamente há outras formas de apoio, empresas como Grow e Hasbro, sempre estão disponíveis para fornecer jogos para fazermos matérias, isto é muito importante, não podemos ficar comprando todos os jogos para resenhar, não temos dinheiro para isto, eles entendem isto, algo que outras empresas ainda não entenderam.

6-      Qual foi o melhor momento da revista?

Foram muitos! Tenho ótimas lembranças de cada edição, mas confesso que me lembro com carinho quando fomos os primeiros no Brasil a divulgar a imagem da arte da caixa do Colonizadores de Catan da Grow, o Gustavo Arruda, Gerente de Marketing da Grow, me ofereceu a imagem com exclusividade, esperou 15 dias para a revista sair... foi muito legal, eu senti muito orgulho da revista, tínhamos em 1ª mão no país algo que muitos queriam saber! A partir daquele momento me dei conta do poder da mídia, do poder que a Ludo Brasil Magazine tem para divulgar o lançamento de jogos, a Grow e a Hasbro se já deram conta disto, isto nos enche de orgulho.

7-      Qual foi o pior momento?

Quando fui ofendido por pedir ajuda, por pedir doações, algumas pessoas me ofenderam, algumas pessoas tentaram tirar proveito da situação, oferecendo valores ínfimos para anunciar na revista, dizendo que nós é que precisávamos delas... outros queriam me cobrar para falar de um jogo produzido por suas empresas... foi o pior momento... não ganho um centavo com a revista, pelo contrário, tiro dinheiro da minha família para mantê-la, então alguém me ofende porque peço ajuda, realmente fui muito triste.

8-      Qual sua espectativa para o futuro da revista nos próximos anos?

Há muitos sonhos, mas procuro pensar em 2012 primeiro, a cada edição fortalecemos nossa posição, conquistamos respeito, o principal sonho é torná-la auto sustentável, mas para isto precisamos conquistar anunciantes, eu trabalho nisto todos os meses, não fico de braços cruzados, mas não é fácil, mas certamente lutaremos mês a mês e se tudo der certo, em fevereiro de 2013 estaremos comemorando 2 anos! Depois? Tudo sempre é possível!

O que posso antecipar é que teremos mudanças legais, a edição de aniversário terá novidades visuais, começando pela nova identidade visual, que marca nossa mudança de estágio.

9-      E sobre o universo que cerca o mundo dos tabuleiros, qual sua opinião, expectativas?

Acho que o mercado nacional está amadurecendo, vejo com muita confiança o posicionamento da Grow em prol do lançamento de jogos modernos, torço para que a Hasbro siga o mesmo caminho. Com relação as empresas menores, os independentes como chamo, espero que parem de remar sozinhos, que tenham menos vaidade, cada um se considera  a cereja do bolo, mas o mercado é cruel, não há espaço para amadorismos, um negócio é um negócio, precisa dar lucro para haver investimento, é preciso planejamento, marketing, infelizmente, vejo ainda que muitas destas empresas continuam sendo empresas de fãs de jogos, não de empresários de jogos, e isto é muito diferente. Se esta mentalidade mudar, se a Grow e a Hasbro seguirem este caminho de lançamento, quem sabe em uns 3 anos nosso mercado esteja mais sólido, hoje é muito instável, evoluiu, mas ainda é muito amador.

10-   Julio poderia deixar uma mensagem para os meus seguidores, leitores e amigos e demais apreciadores dos jogos de tabuleiros?

Acreditem, acreditem nos seus jogos, nos seus projetos, não os deixem engavetados, a gaveta não ouve, não lê, não comenta... haverão muitos que dirão que seu trabalho é um lixo, não brigue, sorria e siga seu caminho, quem precisa acreditar é você, não os outros... se você acreditar, eles também acreditarão.

Tenham certeza que a Ludo Brasil Magazine veio para ficar, o Ludo Award também, teremos muitos aniversários de anos, eu acredito, tenho pessoas ao meu lado que acreditam, não ganhamos 1 centavo, mas acreditamos, assim conseguimos!


Bom pessoal é isso ai, a Ludo Brasil Magazine esta consolidada, lógico sempre requer trabalho arduo, mas é referência para nós jogadores de tabuleiros. O conteúdo  vai de encontro as espectativas, com entrevistas de pessoas do meio, resenhas sobre jogos, tutorias, jogos imprima e jogue, promoções .. enfiem tudo as voltas com o Mundo do Tabuleiro.

abraço!





 Julio Trois

2 comentários:

  1. Parabens Hermes e Trois.

    E parabens para a Ludo Brasil,uma publicação muito útil para quem gosta de jogos e para nós iniciantes principalmente.

    Abraços

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