terça-feira, 30 de maio de 2017

Há dez anos foi Lançado o Fronteira da Tércos.

A pouco me dei conta que agora em 2017, fazem 10 anos que lancei o Fronteira???
Mas para começar o que é o Fronteira?

É um jogo com tema medieval, de colocação de peças (tile placemente), fazendo uso de pontos de ação (action points). Cada peça só podia ser posicionada adjacente a peças cuja a iconografia fosse compatível, ao custo de pontos de ação. Vence o jogo quem somar mais pontos, que são também os pontos de ação gastos para montar o seu reino.

Essa aventura começou com a ideia de lançar um jogo no mercado, isso nos idos de 2006/2007. Estava em uma loja, quando observei uns jogos de cartas tipo Magic, expostos numa caixa master, dai a ideia do abestado....vou fazer algo assim!!!

Passei a trabalhar nessa ideia no tempo livre, depois foram horas adicionais, ver gráficas, registrar marcas, prototipagem, testar, facas de corte, matrizes de impressão, isso em Joinville de 2007, então maravilha, tava lá o jogo e tudo mais. Encontrei um representante comercial, trocamos ideias, mas naquela época esse tipo de jogo?

Claro que existia esse tipo de jogo (importando), claro que havia grupos de discussão como a Lista BG-BR (o mercado de então), mas uma loja vender esse tipo de produto??.....  não era nada comum. Embora tenha trocado ideias com os lojistas, o discurso é um, mas vai lá vender para esse  "putos", depois que você investiu..."é que falta a imagem de algum artista", até esse tipo de "asneira" cheguei a escutar, mas por fim demonstra o que era o mercado da época, e o lojista quer um produto que gire, não tá lá por altruísmo, ideologia, são negócios, não conte com eles para desenvolver nada.

Bom isso agora é história. O resultado final ficou aquém do esperado, jamais recuperei o dinheiro investido, por conta de uma série de fatores.O pessoal da gráfica, não fez um bom trabalho, mas o idiota aqui, ainda pagou adiantado, dá para ver o tipinho. 



No final vendi algo em torno de 270 jogos, de um lote de 500 unidades, parece bom, mas há sempre investimentos maiores que dependiam de outros fatores, para tornar o negócio lucrativo e isso não ocorreu.

Também tenho minha parcela de culpa nessa história, fiz uma serie de besteiras como:

-registrar a marca, devia deixar o barco andar primeiro, para ver como o negócio funcionava de fato, para depois fazer isso, muita grana perdida aqui;
-a primeira versão de regras ficou mau escrita, confusa, cria uma péssima imagem;
-a qualidade gráfica como já mencionei ficou ruim, cria outra péssima imagem;
-não participava de grupos de discussão, embora acompanha-se a leitura das discussões, iria ajudar a criar diretrizes;
-pouco testado, embora o jogo funciona-se bem, teria fatalmente modificado alguns pontos antes de lançar;



Mas fazer o que, como dizia Rommel, "os planos de batalha funcionam até a batalha começar".

Bom, chega de falar do que deu errado, outro aspecto curioso, haviam outras seis expansões desenvolvidas para o jogo, nunca lançadas, salvo alguns raros exemplares da expansão Território, que anexava tabuleiros modulares, pois a versão original era jogada sobre a mesa sem uso de tabuleiros. Mas como expansões iriam adicionar vikings, barcos, (era o passo seguinte), haveria também dragões, feiticeiras, novas construções, mercadores e mercadorias, uma miríada de nuances que tornaria o jogo sempre mais denso, embora continua-se a ser um tile placement e action point.



Contei com a ajuda de alguns amigos, familiares, cito em especial o apoio (posteriormente em 2008), do Alessandro Caporal, mentor e mantenedor da Ilha do Tabuleiro. Está ai o registro dessa história, os dez anos do jogo Fronteira da Tércos, minha primeira aventura como criador de jogos. 


Abraço!

2 comentários:

  1. História bem bacana. Gostaria de poder experimentar seus jogos meu caro colega! A menção a Ilha do Tabuleiro me faz sentir uma ponta de arrependimento. Tive perfil lá, mas não cheguei a aproveitar a plataforma. Quando resolvi utilizá-la andava as moscas e desatualizada. O triste é que até onde sei bastante informação se perdeu com seu fim silencioso. Espero que a Ludopédia não vá no mesmo caminho, se bem que ela não dá o menor sinal de falta de participação de seus usuários.

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  2. Obrigado! É a Ilha foi um ótimo espaço, boas discussões, o povo espalhou, as listas, face nem se comparam, não se prestam para manter o assunto em pauta. Qto a Ludopédia é bacana, embora não participe das discussões por lá, costumo ler alguns tópicos.

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